8.19.2003

16

Chegamos na casa do Rafael. Estou morta. Todos nós nos jogamos nos sofás e ficamos estáticos pensando enquanto não gostaríamos de dormir.
— E ai? Que vamos fazer? — pergunta Tati de olhos fechados deitada no colo de Beto.
— Não é obvio? — Rafael se levanta e abre a porta de um armário. Tira uma garrafa de vinho tinto.
— Vinho dá o maior sono — reclama a loirinha do Mauro.
— Que isso! Não tem nada melhor que vinho! — defende Tati.
— Não tem nada mais romântico — Mari sorri sem jeito.
— Não tem pior ressaca, isso sim — ri Mauro.
— Chega de blá blá blá, vamos brincar um pouco — Rafael coloca um copo sobre a mesa — A gente coloca esse copo aqui e quem acertar a bolinha no copo escolhe quem vai beber e se errar a pessoa bebe — Rafael tira a rolha do vinho com força.
— Ah não, eu sempre perco nesses jogos — reclama Mari emburrada.
— Tem que se arriscar! — me levanto empolgada — Eu começo!
Todos se posicionam em volta da mesa. Rafael enche o copo de vinho até a metade. Nos olhamos nervosos e dando risadas.
Eu jogo a primeira bolinha e acerto o copo, respingando vinho na loira do Mauro. Ela olha feio, mas depois deixa um sorriso se formar.
— Eu escolho, certo? — olho para todos em volta da mesa — Eu escolho a Mari — ela me olha revoltada.
— Eu sabia! — fala desanimada — Não dou sorte.
— Você ta precisando se soltar — dou uma risadinha cínica para ela.
— Ta, dá o copo aqui — ela vira o líquido e faz uma careta.
Todo mundo da risada. Ela ri também.
— Agora é a vez da Mari, já que foi ela quem bebeu — grita Rafael.
Todo mundo começa a bater a mão na mesa e gritar pela Mari. Ela fica nervosa e joga a bola sem força que cai bem antes do copo.
— Acho que você vai ter que beber de novo — Beto olha pra Mari que retribui com um olhar inconformado. Rafael enche o copo novamente e Mari fecha os olhos e vira.
A brincadeira continua por mais meia hora e termina com um saldo de 10 copos pra Mari e mais um pra cada um.
Beto liga a TV e um filme velho prende a atenção de todo mundo. Sinto que minha barriga esta doendo de fome. Olho para o lado, Mari está rindo sozinha. Beto e Tati se agarram a minha direita e na minha frente o Mauro abraça a loirinha.
Rafael está entretido com o filme. E parece alheio ao resto da sala.
— Eu to com fome! — falo alto chamando a atenção de todos — Vamos sair para comer alguma coisa?!
— Tem comida ai — Rafael aponta a cozinha.
— Mas quero dar uma volta. Aqui não tem nada pra fazer — olho para os dois casai e Rafael sorri entendendo.
— Eu também to na maior larica! — reclama Mauro.
— É a gente podia dar uma passada numa lanchonete, adoraria um hambúrguer agora! — Tati se levanta puxando Beto.
— Eu não to com fome, vou ficar aqui enquanto vocês vão — responde Rafael que vai juntando a louça suja.
— A gente pode trazer mais cervejas — responde Beto.
— Ok, vamos então — vou em direção a porta — A Mari ta no maior sono, deixa ela ai, depois eu volto para pegá-la — aponto para Mari que dorme de boca aberta no sofá.
— Eu aviso ela — saímos todos e Rafael fecha a porta atrás de nós.





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