8.17.2005

52

Tânia ficou ansiosa a tarde toda. Pensou nas histórias que escutou, os casos horríveis que seus companheiros de A.A. compartilharam. Situações cruéis, com desfechos horríveis, era isso que Taninha queria para si?
Como poderia se livrar desse receio? E se aquele sonho fosse uma premonição do futuro? E como ela poderia viver sem sair a noite com os amigos? Sem dançar, sem beber?
O telefone toca, mas ela não percebe, esta envolta em seus pensamentos. Sua mãe, ainda preocupada com ela, lhe traz o aparelho.
- Alô - Tânia atende desanimada.
- Taninha? - uma voz procurando ser sensual - Fiquei pensando em você.
- Tonho? - Tânia fica ainda mais desanimada.
- É, ficou com saudades? - ele não espera a resposta dela - Porque eu fiquei. Fiquei pensando que você não quis ir pra casa comigo. Fiquei pensando em você, a noite inteira, desejando que você estivesse aqui, do meu lado, na cama.
- Nossa, devagar, heheheh - Tânia não conte o riso. Aquele menino é realmente de se admirar, sua honestidade, abertura, beleza. De que mais ela teria que abrir mão?
- Taninha, com você não tem nada devagar. Com você é tudo intenso, urgente, preciso te ver de novo, já.
- Hahahahaha. Você chega a me constranger - responde Taninha que já se esquecera do A.A., das histórias e de todo o resto.
- Você vai sair comigo hoje? - Tonho pergunta diretamente e Tânia cada vez se sente mais tentada a vê-lo também.
- Não sei, não tinha pensado em sair realmente hoje - nem ela pode acreditar mais no que esta falando.
- Ah Taninha, vamos sair. Comigo você vai se divertir, tenho certeza - ele ri do outro lado da linha.
- Ahhh... - a esse ponto Tânia já sabe que nada a impediria de ir a boate a noite.
- Vamos lá, garotinha - Tonho a incita.
- Esta bem - ela concorda.

Rafa e Mari passaram a tarde toda juntos na casa de Rafael. Deitados no sofá, de mãos dadas, assistindo a TV, trocando carícias e sorrisos, pareciam estar juntos há anos.
Gabriel entra na sala com a cara esbranquiçada e da de cara com o par romântico.
- Que, que significa isso? - ele pergunta com a voz ardida.
- Isso o que? - retruca Rafa, não muito contente com o comentário.
- Essa cena romântica no meio da sala, não viu que eu to enjoado? - Gabriel vai rir, mas um súbito enjôo toma conta dele e ele corre para o banheiro de novo.
- Não liga pro meu irmão, Mari, ele é um babaca - Rafa acaricia o cabelo de Mari, que não parece mais tão a vontade - Não se preocupa, aqui nessa casa quem manda sou eu, hehehe - Mari sorri de volta e voltam a assistir o filme.
- Então - volta Gabriel ainda mais pálido - Você sabe por que eu to com essa cara?
- Não, não faço idéia. Ta grávido? - Rafael não olha para o irmão enquanto ele fala.
- Eu passei a noite com duas lindas mulheres! Ta vendo, agora seu irmão ta poderoso que nem você! - Gabriel olha para Mari - Eu finalmente herdei o genes da família - ele sorri sarcástico para Mari.
- Cala a boca, Gabriel! - Rafael percebendo que Mari estava desconfortável, se enerva com o irmão ? Só ta falando besteira!
- Na boa, hoje eu levei a melhor - Gabriel se senta ao lado de Mari - Porque esse cara sempre leva a melhor...mas hoje, fui eu! Duas!
- Meu, você ta sendo chato - Rafa avisa o irmão com impaciência.
- Deixa eu contar vantagem, você sempre fica com as loiras e hoje foi meu dia.
- Por que você não liga para a galera pra contar, aposto que deve estar todo mundo querendo saber como terminou a sua noitada, num é mesmo? - Mari corta Gabriel.
- Você tem total razão - Gabriel se levanta e vai em direção ao quarto empolgado.
- Desculpe Mari, eu sinto muito pela inconveniência do meu irmão, ok? - Rafael esta sem jeito, pelo irmão.
- Rafa, você sabe que é isso que as pessoas vão comentar, né? - Mari olha séria para ele.
- O que você quer dizer com isso? - Rafa fica preocupado.
- Que as pessoas vão te perguntar porque você esta comigo ao invés de estar com as loiras. Que vão perguntar se sou mais uma. Que vão perguntar cadê as outras.
- Não seja boba, Mari - Rafa acaricia a mão dela.
- Não estou sendo boba estou sendo realista - Mari deita sobre Rafa.
- Pra mim você é minha morena, minha loira, minha ruiva, meu todo, porque nesse momento só existe você pra mim. Não se preocupe com essas besteiras. Não se preocupe com o idiota do meu irmão. Se preocupe o quanto eu quero estar com você. A gente ta se conhecendo, vamos deixar isso rolar?
- Eu não estou preocupada. Enquanto você estiver aqui comigo eu não me preocupo com nada - Mari sorri e aperta a mão de Rafa contra a sua.
Mas na cabeça de Mari apenas uma pergunta - Por que ele esta comigo?

8.12.2005

51

João resolveu que seria romântico. Era a única maneira de obter as desculpas de Tânia. Além de ser um idiota, além de ter feito tudo errado, além de tratar mal a pessoa que tinha sido mais gentil com ele, ele ainda tinha desligado o telefone na cara dela. O que Taninha pensaria dele?
Precisava saber a que ponto ele poderia ser romântico, até onde ele poderia ir por alguém que amava? Quem poderia lhe dar as respostas?
Alguém já conquistada. Alguém que já entregara seu amor a um pretendente. Sim, alguém que com a experiência escolheu um homem por algum motivo, essa seria a pessoa certa. Sua mãe.
Seria fácil, uma mulher amada por um homem, uma mulher que aceitara se casar e ter os filhos do homem que a escolheu e que ela escolheu, em retorno. Sua mãe saberia lhe dizer como fora conquistada por seu pai e quais as coisas românticas que uma mulher gostaria de ouvir.
Ele foi até a sala onde seus pais assistiam TV. A mãe de João tricotava algo sem olhar para as mãos, olhos fixos no filme. Ele se sentou ao lado da mãe e ficou encarando-a por algum tempo, até que ela se virou para vê-lo ali.
- Oi filho, tudo bem? - ela da palmadinhas na perna dele e continuou assistindo ao filme e tricotando.
- Eu queria falar uma coisa importante com você - ele coloca a mão sobre a mão de sua mãe, para chamá-la.
- Eu to escutando filho, pode falar - ela continua assistindo a TV e movimentando rapidamente as mãos.
- Mãe, eu preciso da sua atenção, é importante... - ela continua abanando a cabeça afirmativamente, mas sem tirar os olhos da tela - É sobre uma menina, mãe.
- Aaaa - ela vira-se rapidamente. Já acreditava que seu filho seria um forte candidato a solteirão, tanta timidez - Sou toda ouvidos. No que eu posso ajudar?
- Eu estou gostando de uma menina, uma amiga - ele sorri sem jeito pra mãe, que não se altera - Eu preciso fazer algo para conquistá-la, queria que você dissesse o que o pai fez pra que você se casasse com ele.
- Beeem...a a mãe de João ficou sem graça, ela não sabe o que responder, afinal ela havia se casado porque estava grávida, e o pai de João não tinha sido nem um pouco romântico, casamento simples, lua de mel no interior, vida medíocre. - Querido, não me lembro direito dessas coisas. Acho que seu pai se ajoelhou em algum restaurante da moda e me pediu em casamento - ela sorri sem graça e o pai de João olha dando um sorriso irônico para a esposa.
- Ah mas pensa em algo romântico que o pai fez pra você nos últimos tempos - ele sorri para a mãe que fica sem jeito de novo. A última vez que tinha saído com o marido, ele a levará no forró da vila e terminaram num motel de quinta, ela havia gostado, mas não tinha coragem de revelar isso ao filho.
- Bem, querido, seu pai uma vez me deu flores, foi bem bonito - ela sorri sem jeito. Enquanto o marido levanta dando risada e vai para o banheiro com um jornal nas mãos.
- Será que ela gostaria de ganhar flores? - ele se entusiasma com a idéia - Mas será suficiente?
- Claro que é - ela olha para seu filho e suspira - com certeza ela não deve ser uma menina tão exigente assim, certo? - ela acaricia os cabelos do filho e volta a tricotar. Olha a TV, mas seu pensamento estava no motel de quinta, vai sugerir ao marido um repeteco do programa.

Acordo babando no sofá. Assustada, vou olhar as horas e já se passaram quatro horas que a Tati deveria ter chegado na minha casa. Ninguém chegou e é sábado, dia de balada, ninguém vai me ligar?
Percebo que deveria estar preocupada, preciso ligar para a Tati e para o Beto, preciso saber o que esta acontecendo. Ligo e ambos os telefones estão desligados. Sento mal humorada no sofá e pego o controle da TV. Acendo a tela e o telefone toca.
- Alô - respondo animada.
- Oi!Quero ir para a balada!!!
- Mauro? Ah não meu, eu não vou com você! ?-respondo já desanimada.
- Por que? - ele parece bravo.
- Por que? Você só da escândalo, vai de putaria à brigas. To tranqüila desse tipo de confusão pro meu lado - fico clicando nos canais de TV enquanto falo com Mauro.
- Acho que você ta tentando defender o seu namoradinho barman - ele responde em tom jocoso.
- Eu acho que você esta sendo babaca, aposto que eu tenho razão - continuo a discussão sem vontade.
- Não sei porque você fica com esse idiota, o cara limpa o chão da balada que você paga pra entrar - ele ri.
- Você ta sendo idiota assim, só porque apanhou, né? Ta humilhado - acuso.
- Olha isso não tem nada haver. Ele é um idiota e você sabe disso. Você deveria experimentar do papai aqui, não sei porque você nunca quis...
- Eeeee nem vem pra cima de mim com esse seu charminho que eu sou vacinada contra Mauros - dou risada e ele também do outro lado da linha - Vamos nos encontrar na balada hoje não quero beber antes de ir, ok?
- Ok, nós nos vemos lá. Mas eu ainda acho que um dia você vai provar um pouquinho de mim, hehehe. Beijos.
- Beijos

8.10.2005

50

Mauro esta nervoso. Não pregou o olho a noite toda. Alguém vai ter que pagar por isso. Alguém vai ter o troco nesse sábado.
Ele pensa em Rafael, sente o sangue subir pelas veias. Pensa em Tony e no segurança da boate, fecha os olhos e vê socos voando por todos os lados. Quem eles pensam que são, querem fazê-lo de covarde? Eles acham que podem pisar nele?
Mas a vingança é um prato que se come frio, frio como um sorvete. ?Hummm vontade de tomar sorvete?
- Manhê...compra sorvete pra mim? - Mauro grita pela casa.
- Querido, claro, tudo para o meu doentinho - ela acaricia os cabelos dele, pega a bolsa e sai pela porta da frente - Já volto, viu querido?
- Não compra com morango que eu odeio, heim? - ele ainda grita para a mãe de longe.
Senta-se em frente à TV e pensa mais um pouco na noite anterior - Aquela Mari, ela bem que merecia uns belos tabefes também. Dorme com tudo que é cara por ai e depois faz esse escândalo todo por causa de um beijinho?!
E aquele idiota do Rafael, qual o problema dele? Que ele quer provar? Comeu a mina e agora só tem pra ele?!
E aquele Tony...garçonzinho de meia tigela. Devia ir pros diabos, não tem mais copos pra lavar e vem irritar quem não tem nada com isso...Inveja, inveja do meu carro e da minha grana que ele não pode ter, cretino?
- Chegueiiii - a mãe de Mauro coloca o sorvete sobre a mesa.

Beto para o carro na rua, vê Tati chegando rapidamente ao portão do prédio.
- Tati! - ele grita bravo - Perai! - Sai apressado do carro.
- Que você esta fazendo aqui? - ela grita de volta ainda mais brava.
- Eu vim falar com você! Que historia é essa de envolver nossos amigos nas nossas brigas? - ele anda mancando. As pessoas que passam na rua olham os dois curiosos.
- Envolver quem? - pergunta Tati nervosa - Não estou envolvendo ninguém!
- Então por que você veio correndo contar tudo pra nossa amiga? - ele a desafia de frente pra ela.
- Porque eu precisava de uma amiga agora! Posso? - ela vira-se em direção ao portão. Ele a segura, um uivo de dor.
Ele faz careta e ela o acolhe, senta-o no chão e estende a perna dele.
Ele olha para ela cuidando dele, ela o olha nos olhos.
- O que nós estamos fazendo? - ela se senta no chão ao lado dele, olhando-o.
- Eu não sei - ele acaricia os cabelos dela - Eu não sei o que esta acontecendo - ele abaixa o rosto.
- O que esta acontecendo? Me diz, por favor... - ela ainda o olha nos olhos e lágrimas se formam.
- Eu não sei dizer ao certo - ele não consegue encará-la - É um sentimento que veio depois do assalto.
- O que aconteceu? Você pensou em alguma coisa? - ela abaixa a cabeça e as lágrimas escorrem pelo seu rosto.
- Não sei, quando tomei o tiro...fui pro hospital...passei por uma cirurgia. Coisas que me fizeram pensar na vida. Em como eu levo a minha vida.
- O que você quer dizer com isso? - ela o fita atordoada.
- Que eu repensei muitas coisas. Repensei meus estudos, os caminhos que escolhi...
- Nosso namoro? - ela olha-o de maneira dura, limpando o rosto - Não é isso que você ia me dizer?
- É. - ele olha para o longe, perdido no pensamento.
- Olha pra mim, Alberto - ela o puxa pelo braço, nervosa - Você esta dizendo que nosso namoro é algo que não vale a pena continuar na sua vida?
- Eu não sei - ele desvia o olhar - Acho que eu ainda sou muito novo pra estar numa relação assim.
- Você ta dizendo que quer aproveitar a sua vida longe de mim? - Tati o solta enquanto ele acena que sim com a cabeça - Acho que você precisa crescer, de onde veio essa atitude imatura, você acha que vai fazer o que de tão emocionante solteiro?
- Não sei - ele enerva-se - Acho que ainda posso viver muita coisa. Esse namoro esta bastante diferente do que pensei que fosse ser. Já não temos mais emoção juntos! Eu quero sentir mais, não sei explicar, a vida parece ser muito mais que isso.... não sei sabe, eu sinto que posso ter mais, não sei explicar...
Mari fica em silêncio fitando-o, agora já sem lágrimas no rosto.
- Entende? - ele olha ansioso para ela.
- Terminou? - ela o questiona em tom de desprezo.
- É..., acho que sim - ele olha para baixo.
Ela se levanta e saiu andando em direção ao carro.
- Você não vai falar nada? - Beto tenta se levantar com dificuldade.
- O que você quer que eu fale? - ela para e vira para trás - Você fez sua escolha. Você quer curtir a sua vida, se você não tem mais emoções comigo, se a vida é menos ao meu lado. Não tenho nem o que dizer...sei lá, seja feliz? - Ela continua andando.
- Tati... ele ainda a chama desistindo de se levantar - Não é pessoal, entenda, você é uma pessoa maravilhosa.
- Eu não quero escutar isso. Por favor, chega. - ela segue sem olhar para trás.
Beto coloc as mãos sobre a cabeça, chateado.
A vizinha que observa a tudo pedi que o porteiro ajude o rapaz jogado no meio da rua. O porteiro o ajuda a andar até o carro. Uma vez lá, Beto fica parado por uns quinze minutos pensando no grande movimento que ele esta fazendo na sua vida. Teria agido corretamente? Teria sido verdadeiro o suficiente com Tati, ou consigo mesmo?
Cansa-se de pensar e de observar os vizinhos ainda observando seu carro. Volta para casa, o machucado já começa a doer horrores e ele nem havia percebido.

Hummmm...

Dust In The Wind


I close my eyes
only for a moment
and the moment's gone
all my dreams
pass before my eyes in curiosity
dust in the wind
all they are is dust in the wind

Same old song
just a drop of water
in an endless sea
all we do
crumbles to the ground
though we refuse to see
dust in the wind
all we are is dust in the wind

Now, don´t hang on
nothing lasts forever
but the earth and sky
it slips away

And all your money
won`t another minute buy

Dust in the wind
all we are is dust in the wind
dust in the wind
dust in the wind
everything is dust in the wind

8.08.2005

E depois da tempestade vem a calmaria

Depois de todo o rebuliço, confusão e da luta vem a paz e a calma pra se fazer o que se quer fazer.
Previsão do tempo, sol com pouca nebulosidade no caminho...

8.07.2005

49

A reunião acaba e Tânia esta desolada. "Será que isso é uma doença? Será que não poderei mais ver meus amigos? Não poderei mais me divertir?"
A senhora que estava sentada à seu lado se levanta e despede-se:
- Vejo você na próxima? - ela sorri carinhosamente para Taninha.
- Acho que sim - Tânia tenta sorrir, mas não consegue.
- Acalme-se, não é nada de tão grave querer parar com um habito ruim. - ela coloca a mão sobre o ombro de Tânia.
- É, eu sei - Tânia tinha vontade de dizer que ela não era como aquelas pessoas. Que nada tão horrível tinha acontecido com ela. Que aquilo tudo era absurdo, irreal para ela. Todas as histórias que havia escutado, nunca havia tido contato com nada parecido.
- É bom quando nos conscientizamos de algo antes que tenhamos um dano maior. Bem até semana que vem - e a senhora continuou andando.
Tânia também se levantou e foi em direção à porta. Olhou para as cadeiras ao seu redor, todas já vazias. Não teve certeza se iria ter coragem de voltar ali mais uma vez.


Rafael e Mari conversam no quarto de Mari. Rafael esta deitado com a barriga bem cheia virada pra cima. Mari da risada dele.
- Você não precisava ter comido todo aquele macarrão.
- Depois do que seu pai falou sobre minha área ou eu comia, ou eu saia correndo, hehehe - ele arregalou os olhos pra ela.
- Meu pai é bobo mesmo, ele gosta de deixar os outros sem graça - Mari acaricia os cabelos de Rafael.
- Vem aqui - Rafa puxa-a para si e beija-a - Eu estou muito feliz de termos nos entendido - ele beija a bochecha de Mari.
- Eu também ? Mari responde sem jeito.
- Hoje eu quero sair com você à noite, como minha namorada. - Mari olha-o em silêncio - Quero que todo mundo saiba que estamos juntos.
- Eu não me importo que os outros saibam - responde Mari, levantando-se. Vai até a janela do quarto.
- Por que não? - pergunta Rafael intrigado.
- Porque para mim só interessa o como "você" se sente em relação a mim, entende? - ela olha pra ele e volta-se de novo para a janela.
- Não esta claro isso pra você ainda? - ele vai até ela e beija-a no pescoço.
- Eu não sei, preciso de tempo - responde sem olhá-lo, ainda.
- Eu já me declarei, já disse que você é minha namorada, já conheci até seus pais - eles riem abraçados - Pra mim ficou bem claro o quanto eu quero você, só você.
Mari se vira e da um beijo em Rafael e se volta para a janela, mais uma vez.
- Mari - Rafael se ajoelha no chão animado - Quer namorar comigo?
Mari começa a rir. Rafael a puxa para o chão e a beija, os dois caem no chão do quarto. O pai de Mari, bate na porta do quarto. Eles dão risada.
- Que tal se fossemos lá para casa? - Rafa propõe fazendo careta em direção a porta.
- Eu acho ótimo. - Mari o beija.

Gabriel chega em casa, exausto e feliz ao mesmo tempo. "Tem que se passar pelo inferno para chegar-se ao paraíso". Gabriel vai até a cozinha, abre a geladeira, olha cerveja importada de seu pai, pensa um pouco e pega, "Hoje eu mereço".
- Me sinto um homem agora - ele diz pra si mesmo e vira a cerveja no gargalo.
Rindo ele se joga no sofá da sala. Liga a TV para assistir a programação de sábado. Sente um enjôo. "A cerveja".
Corre para o banheiro e vomita tudo. "Teria sido melhor ter comido um pãozinho".

8.05.2005

Me aguarde


8.04.2005

48

Rafa esta sentado à mesa na casa de Mari. Todos olham para ele curiosos. Ele não se sente à vontade. A avó de Mari coloca a terceira colherada de macarrão no prato e ele só pensa que não vai conseguir comer tudo aquilo.
Mari também esta sem graça, ela brinca com a massa no prato, olhando de vez em quando para Rafa com um meio sorriso formado no rosto.
- Como é seu nome mesmo, meu filho? - pergunta a avó de Mariana.
- É Rafael - ele responde sem jeito, colocando mais macarrão na boca.
- Bonito nome - elogia a mãe de Mari.
- Obrigada - agradece Rafa, colocando o guardanapo em frente da boca cheia de comida.
- Você faz o que da vida, Rafael, né? - pergunta o pai de Mari.
- Paiii! - Mari faz careta para o pai, repreendendo-o
- O que tem, quero saber quem é o seu "amigo". - o pai se volta para Rafa que está vermelho - E então? O que você faz mesmo?
- É... eu sou estudante ainda. Não faço nada de importante - Rafa olha para seu prato envergolhado.
- Mais um pouco, meu filho - pergunta a avó de Mari enchendo mais uma colher de massa.
- Não, obrigada - responde prontamente Rafa, afastando o prato.
- Vó, o Rafa não comeu nem metade do prato ainda - Mari começa a ficar impaciente com sua família.
- Mas você estuda o que? - pergunta o pai, Mari coloca as mãos sobre o rosto.
- Publicidade - responde Rafael.
- Que legal, né, Mari - a mãe olha sorridente para a filha, que esta roxa de vergonha - Uma ótima área.
- É uma área com dificuldade de emprego, não? - o pai de Mari pergunta sério.
- É... - Rafa não sabe o que responder.
- Pai, o senhor estudou Ciências Sociais, que é mais difícil que publicidade para arrumar emprego, e arrumou, certo? - Mariana corta o assunto - Mas mudemos de assunto, né? Esta uma delicia o macarrão, Vó!
- Obrigada, minha filha, eu usei bastante manjericão...
- Uma delícia mesmo - completou Rafa aliviado.
- Sobremesa, né? - a mãe de Mari levantou-se, mas o marido a impediu e levantou-se ele para buscar o prato. - Não liga, não, viu Rafa. Ele é um pouco chato às vezes - ela sorriu para Rafael, que se sentiu aliviado.
Uma tigela grande foi posta à mesa. Todos olharam ansiosos para o doce.
- O que é isso, mãe? - perguntou o pai.
- Tiramissu - falou orgulhosa a senhora.
- Adoro - respondeu Rafael empolgado. Percebeu que tinha sido inconveniente e começou a rir baixinho. Mari riu dele também e de repente toda a mesa estava rindo. Rafa finalmente conseguiu respirar tranqüilo.

O telefone toca alto, ninguém vai atender, penso comigo. Levanto cambaleando e vou até a sala vazia.
- Alô - atendo com voz de sono.
- Preciso falar com você - uma voz séria.
- Quem? Ham?
- Eu preciso falar com você, eu to muito mal.
- Tati é você? - pergunto sem entender.
- Sim, posso passar ai? - a voz esta bastante baixa.
- Não, eu passo ai na sua casa, quer? - me ofereço preocupada.
- Não prefiro passar ai, posso? - ela insiste.
- Tudo bem.
Estou assustada, será que algo de ruim aconteceu com o Beto? Será que alguém se machucou? Estou bastante preocupada agora.
Vou até a cozinha, preparo café. Coloco na xícara, quando vou degustar o telefone toca de novo.
- Alô.
- Preciso falar com você - uma voz masculina.
- Quem é?
- É o Beto. Aconteceu uma coisa ruim - ele esta sério, quase não reconheço sua voz.
- To sabendo, só não sei o que é - respondo mais confusa ainda.
- Eu e a Tati brigamos.
- Vocês brigaram? - fico alarmada.
- Sim, briga feia. Posso ir ai? - ele é frio.
- É...acho melhor não... - gaguejo.
- Por que não? - ele parece incomodado.
- Humm... agora é uma hora ruim. - penso numa desculpa, mas nada me vem a mente.
- Você esta com alguém? - ele pergunta com ironia
- Não, não é isso. - devia ter falado que sim, droga...
- O que é então? Quem ta ai? O que você vai fazer? Eu preciso falar com você - ele parece agitado.
- Olha a Tati ta vindo pra cá, ok? - odeio mentir, estou nervosa com toda essa situação.
- Ela ta indo para ai? Como assim? Ela já saiu falando, né? - ele fica nervoso.
- Não, ela não me disse o que queria falar, foi você quem adiantou o assunto. - tentou amenizar a situação.
- Não acredito que ela vai falar mal de mim - Beto se altera.
- Eu não sei o que ela vai falar - fico nervosa também.
- Eu vou ai! - Beto esta furioso.
- Não... - escuto o telefone desligar. Droga, vai sobrar pra mim.

8.03.2005

The way it is (80's)

Standing in line marking time--
Waiting for the welfare dime
?cause they can?t buy a job
The man in the silk suit hurries by
As he catches the poor old ladies? eyes
Just for fun he says get a job

That?s just the way it is
Some things will never change
That?s just the way it is
But don?t you believe them

They say hey little boy you can?t go
Where the others go
?cause you don?t look like they do
Said hey old man how can you stand
To think that way
Did you really think about it
Before you made the rules
He said, son

That?s just the way it is
Some things will never change
That?s just the way it is
But don?t you believe them

Well they passed a law in ?64
To give those who ain?t got a little more
But it only goes so far
Because the law another?s mind
When all it sees at the hiring time
Is the line on the color bar

That?s just the way it is
Some things will never change
That?s just the way it is
But don?t you believe them

On My own (80's)

Patti Labelle & Michael McDonald - On My Own
===============================================

So many times
Said it was forever
Said our love would always be true
Something in my heart always knew
I'd be lying here beside you
On my own
On my own
On my own

So many promises never should be spoken
Now I know what loving you cost
Now we're up to talking divorce
And we weren't even married
On my own
Once again now
One more time
By myself

No one said it was easy
But it once was so easy
Well I believed in love
Now here I stand
I wonder why

I'm on my own
Why did it end this way
On my own
This wasn't how it was supposed to be
On my own
I wish that we could do it all again

So many times
I know I should have told you
Losing you it cut like a knife
You walked out and there went my life
I don't want to live without you
On my own
On my own
On my own
Chorus Repeat

This wasn't how it was supposed to end
I wish that we could do it all again
I never dreamed I'd spend one night alone
On my own, I've got to find where I belong again
I've got to learn how to be strong again
I never dreamed I'd spend one night alone
By myself by myself
I've got to find out what was mine again
My heart is saying that it's my time again
And I have faith that I will shine again
I have faith in me
On my own
On my own
On my own

MARTIKA - Toy Soldiers (80's)

Toy Soldiers

Step by step
Heart to heart
Left right left
We all fall down like toy soldiers

It wasn't my intention to mislead you
It never should have been this way
What can I say

It's true I did extend the invitation
I never knew how long you'd stay
When you hear temptation call
It's your heart that takes, takes a fall

Won't you come out and play with me

CHORUS:
Step by step
Heart to heart
Left right left
We all fall down like toy soldiers
Bit by bit
Torn apart
We never win
But the battle wages on for toy soldiers

It's getting hard to wake up in the morning
My head is spinning constantly
How can it be

How could I be so blind to this addiction
If I don't stop the next one's gonna be me
Only emptiness remains
It replaces all, all the pain

Won't you come out and play with me

CHORUS


... havia esquecido como eu adorava essa música

liberdade

Realizar o desejo significa fugir às regras

Night


47

Eu chego em casa exausta. Entro no quarto, coloco o pijama e volto a dormir.

Tânia esta sentada há meia hora esperando o inicio da reunião. Já tomou 3 cafés, comeu três docinhos e três bolachas de água e sal, sente que vai explodir se comer mais alguma coisa. Ao se lado algumas pessoas conversam, outras lêem sozinhas, enquanto as demais olham para o nada em silêncio.
Uma mulher de seus 40 anos entra no recinto. Ela carrega uma pastinha e um livro nas mãos. Ela se senta na frente e começa a reunião.
Taninha tenta se concentrar, mas esta muito nervosa pra isso. Uma senhora bem gorda senta a seu lado. Ela sorri sem jeito. A senhora segura na mão de Tânia, que se assusta.
- Primeira vez, né? - a senhora sussurra baixinho - Da pra perceber pela sua carinha - ela fala delicadamente dando uma risadinha - Não se preocupe, você não precisa falar nada, a não ser que queira.
Taninha sente-se mais calma e sorri para a senhora.
- Eu venho aqui a mais de dez anos, não se preocupe, não tem nada há temer - ela põe a outra mão sobre as mãos delas e soltando Tânia, se vira para escutar a reunião.
Tânia pela primeira vez escuta realmente o que estão falando.

João esta no quarto aflito. Não sabe se liga para Tânia, ou se pede conselhos para a irmã. O livro cerrado sobre o colo. Ele balança as pernas em desespero, querendo levantar da cama e pegar o telefone.
Mas o que falaria para ela? Eu sou um idiota? Eu fui um insensível? Qual o meu problema? Não, não! Ela iria achá-lo um idiota, o que ele não deixava de ser. Como provar para Tânia que ele podia ser um homem melhor. Um homem, aquilo lhe soava quase como uma piada.
Poderia começar com um... "eu quero você!" Ela provavelmente riria dele. Mas ele tinha que tentar, deveria haver algo que ele pudesse fazer para melhorar sua situação. Como era dolorido ver quem se ama estar com outra pessoa.
Não podia agüentar de tanta ansiedade. Estaria Taninha acordada? Ele precisava falar com ela. Não podia mais esperar.
Pegou a agenda de telefones. Há quanto tempo tinha aquele telefone e nunca tinha-o usado? Porque havia agido daquela forma infantil com ela? O que ele iria falar?
Ah, e se ela o rejeita-se? E se ela falasse que ele era um idiota? Não interessava, ele tinha que lhe falar. Pegou o telefone e discou...

Taninha estava concentrada escutando o depoimento de um senhor. Como as pessoas conseguiam se abrir daquela forma ali. Pessoas tão parecidas com ela, com inseguranças tão semelhantes e ao mesmo tempo em realidades tão diferentes. Ela queria se abrir também.
O senhor terminou de falar, os colegas aplaudiram. A mulher questionou quem seria o próximo e quando Tânia ia levantar a mão seu celular tocou.
Todos olharam feio para Taninha, ela estava tão sem graça que não sabia se atendia ou se pedia desculpas. Sem jeito ela saiu correndo da sala para atender o telefone. Esquecera de desligar com o nervosismo.
- Alo - atendeu rapidamente. Um silêncio e só o barulho de caída a ligação. Ela queria matar quem havia ligado, nunca sentiu tanto ódio. Olhou para ver qual o numero que marcava no celular. Era um número que ela desconhecia.
Furtivamente ela voltou para a sala em silêncio, tomando o cuidado par deixar o telefone desligado.

Quando João escutou a voz de Tania, não teve coragem de falar e desligou. E se ela tivesse como saber o número que havia ligado? Ela provavelmente devia saber. Droga, como ele iria ter coragem de falar com ela? Como iria explicar que havia desligado na cara dela? O melhor era ligar de novo e inventar alguma desculpa. Túnel, mal sinal. Mas aquele era um telefone fixo, o que falaria?
Melhor ligar novamente. Ele discou correndo os números e caiu na caixa postal
Droga. Ela sabia que era ele e não queria falar. Ela tinha desligado o telefone, não queria conversa com ele, o que ele iria fazer?

8.02.2005

Depois de horas de insonia

É melhor deixar os outros pra trás.
Tempo de ser o que mais me agrade...

Help

Me empresta sua estrela pra eu voar?
Me empresta sua estrada pra eu chegar?
Me empresta seu verso pra eu sentir?
Me empresta sua coroa pra eu brilhar?
Me empresta sua seu céu pra eu ser livre?
Empresta vai...?
aomenos me ensina a achar então...

Sabedoria

Eu sei que se quisesse eu te teria.
Sei que se pedisse você me beijaria.
Sei até que você poderia me desejar o quanto eu desejasse.
Sei mesmo que poderíamos chegar a nos unir, talvez pra sempre.
Sei que é apenas uma questão de querer.
Mas enquanto não posso querer, fico aqui.
Olhando você.
Desejando você.
Imaginando o dia em que eu vou ter coragem.
Apenas sabendo...
posted by Ce # 2/27/2004 01:36:44 PM
punch drunk love

Desabafo

Não sei se você sabe...não sei se alguém te avisou...não sei o quanto eu sei...não sei o quanto poderei suportar...não sei se poderei mentir por muito tempo...você não sabe o quanto poderá me suportar...você não sabe o quanto poderá fugir...você não sabe que eu poderia começar a te amar...você não sabe de nada!

posted by Ce # 1/12/2004 05:42:49 PM
punch drunk love

8.01.2005

Amy Winehouse

Will You Still Love Me Tomorrow?

Tonight you`re mine completely
You give your love so sweetly
Tonight the light of love is in your eyes
Will you love me tomorrow?

Is this a lasting treasure
Or just a moment`s pleasure?
Can I believe the magic of your sighs?
Will you still love me tomorrow?

Tonight with words unspoken
And you say that I`m the only one, the only one, yeah
But will my heart be broken
When the night meets the morning star?

I`d like to know that your love
Is love I can be sure of
So tell me now, cause I won`t ask again
Will you still love me tomorrow?
Will you still love me tomorrow?
Yeah

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