7.29.2003

Explicações...

Sei lá, eu quero admitir que meus textos, em termos gramaticais, estão bem ruins, mas não tem importância, pq se um dia eu quiser realmente fazê-los reais obras eu corrijo!
Sendo assim... continuo...
PS: comecei achando que seriam textos totalmente desligados, mas você vai se apegando, pensando sobre os destinos e de repente alguns personagens simplesmente vão ficando...

7

Preocupada eu corro, como sempre, para socorrer a Tânia estirada no chão. Eu e mais dois seguranças a levamos para o banheiro feminino. Colocamos a cara dela na água da pia, ela olha para mim com cara de choro e coloca tudo para fora ali na mesma pia.
A tia do banheiro, minha cúmplice, também esta acostumada com as bebedeiras da Taninha. Pobre tia, tem de agüentar cada um, imagine só quantas histórias ela não deve ter para contar sobre o banheiro da balada?
— Não se preocupa não, ela vai ficar bem. Deixa ela sentadinha ai um minutinho, que não dá meia hora ela já ta novinha em folha.
— Ok, vou deixar ela nas suas mãos — sorrio pra tia e saio daquele banheiro lotado de gente passando mal.
A Tati também esta no banheiro. Ela esta tentando limpar as lágrimas antes que o Alberto possa vê-la fragilizada.
— O que você tem? — uma menina com fivelas no cabelo chega perto de Tatiana.
— Não, não é nada não — as lágrimas começam a sair dos olhos de Tati.
— Não, pode falar, porque você ta chorando, será que eu não posso te ajudar? — ela tenta olhar para Tati através do espelho.
— Não é nada demais. Só meu namorado que é um porco!
— Ah, homens, como já era de se esperar! Sempre eles!
— Ele não é um porco, mas não sei porque, hoje, no nosso aniversário, ele esta sendo tão idiota!
— O que ele aprontou, ficou com outra garota?
— Não! — Tati começa a chorar, as meninas ao lado, começam a olhar, ela fica sem graça.
— Ai, essas meninas curiosas, vem aqui, entra no banheiro pra você se acalmar.
As duas se trancam na cabine do banheiro, Tati se senta e a menina pega um pouco de papel higiênico para ela.
— Obrigada, é que eu fico emocionada com essas coisas, sabe?
— Claro, eu também já namorei. Rapazes...
— O meu namorado queria que eu ficasse com uma menina, pra ele poder entrar no meio! Fiquei furiosa! Bem no nosso aniversário! — a menina esta olhando em silêncio para Tatiana — Eu não tenho nada contra meninas que se beijam, mas poxa! A gente é namorado, será que eu não sou o suficiente? Eu deveria bastar não?!
— Não, não se preocupe, eu entendo você! Você tem razão, ele que não esta sabendo valorizar você!
— É é isso...Mas ele vai ver. Que droga, porque eu gosto desse cara, heim?
— Não se preocupa, é bobeira de homem, fantasias construídas no cérebro da cabecinha de baixo, se é que você me entende...
— É, você tem razão...Ai! Estou me sentindo melhor! Obrigada! Desculpe, nem perguntei seu nome.
— Eu sou a Maya, prazer.
As duas ficam rindo e um silêncio se instala entre elas, trancadas, ali, naquele banheiro. Elas ficam se olhando.
Maya segura Tati e beija-a. Tati deixa-se beijar, mas quando se da conta do que esta acontecendo se solta de Maya. Ela fica olhando para a menina das fivelas no cabelo.
— Desculpe — Maya diz rindo — Eu nunca tinha feito isso antes, mas você me deu vontade falando tanto disso...Mas porque você, sei lá, não guarda essa experiência só pra você, nada haver com seu namorado — Tati continua atônita olhando para Maya.
Maya sai e deixa-a sozinha na cabine do banheiro. Tatiana esta pasma “o que há de errado com essas pessoas?!O que há de errado com o mundo?!”






6

— Ai, Ufa! Cansei! — a Taninha chega arfando de tanto dançar.
— E ai? Como esta a pista?
— Ai, ta uma delícia! Não me canso de dançar!
— To vendo.
— Vim aqui pegar um pouco mais de combustível, hehehe. To ficando sóbria já.— ela me dá uma piscadinha de lado.
Mais um um copo de caipirinha na mão dela, que perigo, mal posso imaginar o que esta por vir. Nossa, ela esta virando...
— Taninha, vai com calma, meu, vai devagar!
— Ah, que isso! Ta fraquinho! – ela toma o último gole e solta um arroto — Oba! Voltando pra pista!!! Balada!
Algumas pessoas olham assustadas para o lado, Taninha abraça forte uma menina com os cabelos espetados. Deixando a garota assustada ela continua em direção a pista de dança.
Um cara de dois metros de altura, ombros largos e extremamente fortes para na frente dela. Ela sorri de lado pra ele e começam a dançar juntos.
Os olhos dele passam por todo o corpo dela de cima a baixo. Ela se sacode de um lado para o outro. Ele ri, vendo quão alcoolizada ela esta.
Um rapaz mais velho, corpo sarado e cabeça raspada, um típico lutador de jiu jitsu, percebendo a maneira da Taninha, também vai se aproximando dela e dançando.
Taninha percebe este e começa dançar virada pra ele. O altão não gosta e segura na mão dela, virando-a para si.
A Tânia começa a gostar da brincadeira e se insinua para os dois. Ela dança se virando para os dois lados, trocando sorrisos e olhares com os dois. Eles sorriem de volta para ela, mas quando o sorriso dos dois se tromba, eles se estranham.
O jiu jitsu é mais rápido que o altão e começa a dançar se esfregando nela. O altão fica furioso e vai cutucar o outro. Eles se estranham, ficam se olhando durante algum tempo.
— Você não se ligou que eu tava com a mina primeiro?! — o altão coloca a mão no ombro do jiu jitsu.
— Que você ta fazendo cara?! — o jiu jitsu empurra a mão do altão — Não to vendo a garota reclamar!
A Tânia não consegue falar nada, os olhos apenas viram com a loucura da bebida. Ela esta ali, parada, atônita, e completamente pirada.
— Cara, ela só ta sendo educada, mas ta comigo — o altão coloca novamente a mão sobre o ombro do jiu jitsu.
— Mano! Se você encostar em mim de novo você vai levar porrada! — os dois se engancham e a multidão começa a se aglomerar para ver o que esta acontecendo.
Cada um deles é segurado por dois outros rapazes, a pista já parou de dançar, até o Dj esta prestando atenção na briga. A Taninha esta de olhos fechados, se segurando para se manter em pé.
Os seguranças começam a passar pela multidão, os dois rapazes estão quase se soltando das mãos que os seguram, dando socos no ar. A coisa esta esquentando, os dois quase não mais gritam, só tentam se desvencilhar das diversas mãos que os prendem agora. Eles estão quase se atracando quando Tânia solta um gemido baixo e cai dura no chão.
Os dois se olham e saem da pista de dança, um para cada lado, sem dizer nada.

7.27.2003

5

Ok, aquela história de não querer nada com o Dj, porque venho sempre aqui e...tudo bem, essa história não cola mais. Mas vocês têm que entender que esse meu lance com o Tony é um segredinho nosso...
Mas esqueçamos isso por hora, ok?
Sabe quem eu acho admirável, o Alberto e a Tati. Eles são o casal de namorados mais animado que eu conheço. Enquanto os casais normais vão para o cinema, comer fondue, ou seja lá o que casais gostem de fazer, eles não, eles estão sempre na balada, sempre. E eles curtem juntos.
Hoje é aniversário de namoro dos dois e quem disse que eles foram para um jantar romântico? Que nada, o negocio deles é curtir a balada.
O Alberto trouxe o primo dele, o Kleber, que veio do interior de São Paulo, de São Roque. O Kleber não sabe muito beber e não para um minuto de ir ao banheiro e pior tem aquela mania de mulher de ficar falando pro amigo ir junto. Pela quinta vez, o Alberto tem que pedir pra Tati esperar ele voltar do banheiro.
Mas a Tati não vê problema nenhum nisso, ela fica lá dançando sozinha numa boa.
Nem tão sozinha, tem uma menina que não para de vir dançar com ela. Tati esta estranhando, mas não fala nada.
— Oi — ela esta dançando ainda mais perto agora — Qual é seu nome?
— É Tatiana, tudo bem? — Tati procura Alberto com os olhos, enquanto tenta ser simpática com a menina.
— Tudo ótimo. Eu sou a Carina. Você vem aqui sempre? — ela cochicha no ouvido da Tatiana, que se afasta da menina.
— Venho sim, com meu namorado — ela sorri, sem olhar no olho da menina.
— Namorado? Sério?
— Sério, sério — ela responde nervosa, olhando ainda na esperança de ver Alberto.
— Mas você nunca teve nada com mulher?
Tati branca olha a menina atônita.
— Não! — ela olha seriamente para a menina.
— Mas você não gosta? — ela passa a mão no braço de Tatiana. Tati quer gritar, mas se contém.
— Não, eu não gosto disso.
— Mas como você sabe? Você já experimentou?
— Que?! Não, não experimentei, mas sei que não gosto! — Tatiana passa de incomodada para irritada.
— Oi! — Alberto chega e Tatiana agarra o braço dele forte.
— Esse é meu namorado! — ela o aponta para a menina.
— Ok, se você mudar de idéia e quiser ir ao banheiro com uma amiga, me avisa ta? — ela olha Tati de cima a baixo e sai.
— Beto, onde você tava?! — ela reclama brava.
— Eu tava no banheiro. Por que você ta tão irritada?
— Aquela mina, você não sabe o que acabou de me acontecer... Fui xavecada por uma mina!
— Sério? Que absurdo! — Alberto abraça Tati.
Kleber puxa Alberto de lado.
— Cara, você não vai fazer nada?
— Como assim, você quer que eu bata na mina?
— Não, claro que não! Cara, olha a sua chance! Pode ser o melhor presente que sua mina pode te dar!
— Eu realmente não estou entendendo.
— A fantasia sexual de todo o homem! Duas minas, se agarrando, e você, no meio! Ménage!
— Nossa, não tinha pensado nisso...
— Meu, tenta convencer ela.
— Você é um gênio! — ele se vira para Tati — Mas me conta o que foi que a mina te falou?
— Veio me perguntar como que eu sabia que eu não gostava se nunca tinha experimentado, pode?
— Mas é verdade, como você sabe?
— Beto?! Como assim?!
— Você nunca experimentou, experimentou? Podia ser uma experiência legal...
— Aonde você ta querendo chegar, Alberto?!
— Não é que pensei que poderia ser interessante pra nossa relação, uma experiência diferente, eu, você, com ela.
— Interessante?! Ah, Alberto, vai te catar! Quer saber de uma coisa! Porque não fica você, seu primo e ela, também ia ser uma experiência interessante, não ia?! Porque comigo não vai ter mais nada!
— Tati, Tati, droga — Beto sai atrás dela.



4

Estou cansada de observar a galera do bar. Vou pra pista, resolver a minha noite.
Olhando para os lados não consigo ver ninguém que me interesse aqui. Conheço metade das pessoas que freqüentam essa boate e sinceramente conforme o tempo passa vai perdendo a graça não ter gente nova pra conversar.
Tem um moreno de jaqueta de couro, encostado na parede que não para de me olhar. Ele acha que esta sendo muito sensual e que eu vou cair na dele fácil. Mas eu já vi ele por aqui, conheço o tipão do cara. Joga charme para uma menina durante metade da balada, como se ela fosse a única, depois chega nela com um xaveco do tipo sou o único cara da noite que só escolheu você e quando você disser não, não estou interessada, ela não vai insistir, vai pegar a primeira mulher que estiver na sua frente e começar a agarrá-la, só pra você ficar olhando e se arrepender de não ter querido nada com o tal sujeito, ou seja, ridículo!
Ainda tem o J. também. O Dj da boate, ele toca quase todo o dia. Já faz algum tempo que passamos a nos cumprimentar. E acho que da maneira como ele sorri pra mim, ele gostaria que fizéssemos mais do que isso. Ele é muito legal, mas vou continuar vindo nessa boate por mais alguns fins de semana e não acho uma boa idéia me envolver com ele.
Olha só quem vem ali, a Mariana, pobre Mari, sempre sozinha na balada. Não é que ela seja feia, chata, nem nada de ruim, mas é tão tímida e retraída, que não consegue se comunicar com os rapazes.
— Oi, não tinha te visto ainda por aqui, como é que você ta? — ela é sempre muito simpática.
— To bem, procurando o que fazer aqui.
— Nossa, ta cheio hoje, né?
— Ta sim, hoje promete bastante para os rapazes. Tem bem mais mulher do que geralmente.
— To vendo que o Rafael já se deu bem — ela me aponta o bar, onde o Rafael e a loira já passaram a tempos da fase dos cochichos.
— É o Rafael é triste, quer dizer feliz, né? Nunca vi, sempre rodeado de mulheres!
— É mesmo...
— Oi, garotas! — O Mauro de mão dada com a loirinha para, para conversar com a gente.
— Oi, Mauro, ta gostando da balada?
— To sim, né, Gatinha? — ele dá um beijo na loirinha e os dois saem novamente em direção a qualquer outro canto escuro na balada.
— É ta todo mundo se dando bem na balada hoje — ela comenta dando uma risada tímida.
— Verdade, mas eu não to muito animada pra ficar aqui na pista, acho que vou voltar ali no bar, buscar uma coisa que eu esqueci.
— Ok, nos vemos depois — pobre Mari, vai ficar dançando mais um pouco sozinha.
Depois de empurrar e dar cotoveladas em algumas pessoas, posso voltar a meu velho lugar no bar. Dou uma última olhada pra pista e o cara de jaqueta continua olhando pra mim, patético. Chamo o barman.
— Então que você vai querer?
Digo no ouvido dele, meu pedido. Ele sorri e me responde afirmativo com a cabeça.
Saio de novo do bar e vou em direção ao banheiro. A tia da limpeza já me conhece, já somos cumplices. Troco algumas palavras com ela e vejo Tony vindo, o barman. Entramos rápido dentro do banheiro feminino, a tia nos encobertando, nos trancamos numa cabine e nos agarramos ali, como tantas vezes já fizemos nessa mesma boate.


3

Existem pessoas que já nasceram viradas para lua. O Rafael é um desses casos. Loiro de olhos azuis, alto, 1.87m, rosto de expressão forte, corpão de academia e com um sex appeal de deixar qualquer menina pregada. Fora isso tem uma sorte danada, sempre se dá bem. Cobiçadíssimo na balada, ele pode escolher qualquer menina que desejar, mesmo tendo uma pontinha de timidez.
Já o Gabriel, seu irmão, não teve a mesma sorte, acho que no dia em que nasceu era lua nova. Ele é totalmente o oposto do Rafael. Cara cheia de espinhas, baixinho e desbocado. Com um mal humor que é específico de sua pessoa, não consegue nem uma garota na balada.
Rafael mal chegou na pista de dança e duas meninas, uma de cada lado já estão sorrindo pra ele. Gabriel só observa tudo de longe, rangendo os dentes de raiva, com um copão de whisky puro nas mãos.
Uma loira de barriga de fora e com o penteado da última moda chega perto de Rafael e cochicha alguma coisa no ouvido dele. Ele sorri embaraçado e cochicha outra coisa no ouvido dela. Ela ri alto, chamando a atenção das outras meninas do lado. Gabriel empurra uma garota parada a seu lado pra poder ver melhor.
A loira segura na mãe de Rafael, cochicha outra coisa e o puxa em direção ao bar. Gabriel não pode acreditar na sorte de Rafael. Ele vira o copo de whisky furioso.
Gabriel se levanta pra ir ao banheiro, sente que tudo a sua frente esta girando, parece que vai despencar, tudo esta ficando preto...sente alguém o segurar forte. Olha ainda meio zonzo para cima e uma morena lindíssima sorri pra ele.
— Esta tudo bem?
— E como...“finalmente a sorte resolveu sorrir pra mim”
— Fiquei preocupada com você, achei que fosse cair — Ela sorri pra ele.
— Não, que isso, foi só uma tontura, nada demais — ele sorri de volta pra ela “não acredito que tem uma morena estonteante como essa me dando mole” — Eu estava indo para o bar, não quer vir comigo? Eu poderia lhe pagar alguma bebida...
— Ahh...
— Apenas pra agradecer sua ajuda — ele abre um grande sorriso, ansioso, como um cachorro pidão.
— Eu ia responder que sim — ela coloca a mão entre os braços dele.
Gabriel percebe que todos olham e comentam ao redor dele “Eu , baixinho, com esse mulherão, to causando!”. Ele nunca se sentiu tão orgulhoso.
Rafael esta ainda de cochichinhos com a loira da pista de dança, encostado no bar. Gabriel faz questão de parar ao lado dele.
Rafael olha a acompanhante do irmão, vai comentar algo, mas não tem tempo. A morena puxa Gabriel para si e lhe da um beijo.



Volto aos poucos

Pra quem lê, só o Marcio por enquanto, eis que volto a escrever, vou mandar vários de uma vez, só pra compensar a falta ta?

7.03.2003

Pensamento

Quem não se perde não se acha!

Perguntas Estúpidas

Hj andava eu na rua quando escuto uma tia perguntar ao sobrinho de uns 10 anos de idade:
— Você prefere ganhar o que de aniversário? Um brinquedo ou um pijama???
Fala sério!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

2

— Meu, vô fica muito loca hoje!!!! — a Tânia solta a frase típica de toda a balada.
— Ok, garota, só não vou precisar carregar, né?
— Que isso, você sabe que eu me viro!
Claro que sei, três caronas pra tomar insulina em dois anos, mais algumas chuveradas geladas na casa do Marquinhos, e uma entrega delivery na casa dos avós dela me fizeram aprender muito sobre a Taninha. Ficar sempre longe dela na hora de ir embora!
— Acho que um flashizinho com wiskinho ta na boa pra já começar a caça, não?
— Se você ta dizendo eu acredito, né?
A Tânia tem a mania de perseguir o cara mais estranho da balada. Ela escolhe o mais bizarro e fica xavecando o cara até conseguir no mínimo irritá-lo.
Ela se dirige pra pista cambaleando, algumas meninas numa rodinha de lado riem, mas ela já passou do ponto aonde pode perceber esse tipo de atitude.
Para ao lado de um mulato enorme de rastafari e óculos escuros. Olha ele de cima a baixo, passando pelo coturno preto, calça de couro pegada e colete cinza riscado. Ela sorri, olha pra mim e da uma piscadinha. “Vai fundo , Taninha!”
Ela levanta o braço direito bem erguido e começa a sacudir o resto do corpo furiosamente, os cabelos vão de um lado para o outro. O cara ao lado nem percebe que ela esta lá. Ela começa a dançar rebolando, subindo e descendo até o chão.
Um menino de camisa e gel no cabelo se aproxima dela e começa a dançar atrás dela, tentando encostar no seu traseiro. Ela ri, depois se irrita e o empurra longe.
O mulato continua dançando discretamente ao lado dela, sem dar muita atenção ao tumulto. Ela se livra do cara do gel no cabelo e volta a dançar pertinho dele. Levanta os braços e começa a balançar os cabelos em cima dele, toda sorridente.
O cara se move e encosta nela, ela o olha ansiosa. “Da, licença?” Ele passa por entre ela sem olhar nos olhos dela e continua se movendo no meio das pessoas até chegar na frente da pista de dança.
Ela fica estática olhando ele dançar lá na frente. Com raiva ela volta ao bar.
— Que saco! Ele nem se ligou que eu tava lá! Vou beber mais uma e volto lá! Desse cara eu não desisto!
— Vai fundo, Taninha! — to vendo que alguém vai ter trabalho hoje.
Ela pede ao garçon mais uma caipirinha. Enquanto ele entorna a vodka, ela se debruça sobre o bar e pede sorridente que ele aumente a dose, dando uma piscadinha.
— Oh, Tânia. Vem aqui — eu puxo ela pelo braço.
— Ai, que é? Perai...
— Olha isso daqui um pouquinho — viro-a para a pista e aponto para um casal.
— Nossa! O meu cara! Ta beijando! Um cara! Blargh! Não acredito! Não acredito!
— Bebe, bebe sua caipirinha que logo passa.

7.01.2003

Parabenizando Uma Grande Amiga

Parabéns Fê! tudo de bom pra vc!!!!
Você mereceu!
Espero que agora que você é uma advogada possa nos tirar das enrascadas!!!
Muitos beijos!

1

Mauro, ao meu lado, vira o último gole de caipirinha, aquele que ocupa metade do copo, e calibrado se dirige pra pista de dança. A camisa pra dentro da calça, brilhante, mas não exagerada. Anda com as pernas entreabertas, como um vencedor. Para no meio da pista e começa a dançar empolgado.
Seu olhar passa por todo o espaço a procura da candidata da noite. Não demora muito pra ver, aquela morena de corpão, jogando os cabelos de um lado pro outro. Perfeita!
Ele joga os cabelos pra trás e move o pé direito, mas algo o segura, o bom senso. “Aquela mina nunca vai querer nada comigo”. Ele balança a cabeça ainda olhando pra ela fixamente “eu vou tomar um fora na certa”.
Ele olha pro lado desanimado, uma loirinha, baixinha dança timidamente ao seu lado, sem percebê-lo.
“Essa é bem mais fácil e ela até é gatinha”. Olha uma última vez pra morena “desencana”. Começa a tentar chamar a atenção da loirinha do lado. Vira-se para ela e começa a dançar pra ela. Ela o olha achando graça. Ele sorri e cochicha no ouvido dela.
— Qual seu nome?
— Gabriela — ela se afasta dele e continua dançando, olhando para outro rapaz de 1.90, com luzes no cabelo.
— Eu sou o Mauro.Que você faz? — ele pergunta. “Deve fazer economia?”.
— Faço artes plásticas — ela responde sem olhar pra ele. “Ai se aquele carinha desviasse o olhar pra cá, só um instante”.
— Na real? Pó, eu faço publicidade, onde você faz? — “Pó, ela até que tem um corpinho, nada comparado a morena, mas quem não tem cão...”
— Oi? — “ai, cara chato!” “Meu, o girafão nem vai olhar pra mim, filha da p...” — Eu faço na Belas Artes.
— Nossa, não zoa, amigão meu faz curso lá. Você conhece o Amadeus? — ele fala empolgado. “não acredito, um assunto em comum!”.
— O Amadeus???! Lógico que conheço! Esse cara é muito engraçado! — ela olha para Mauro pela primeira vez. Depois procura de novo o altão “se ele ao menos olhasse para os lados!”
— Pó, a gente estudou junto no colegial — ele se aproxima dela. “Ta no papo”.
— Sério?!!! Você estudou no Madre Cabrini? — ela sorri pra ele — Eu ia lá direto, tenho uma prima que estudou lá a vida toda, a Marina Sobral! — “esse cara até que não é dos piores, na falta de...”
— Conheci sim, eh — ele pega na mão dela “É agora!” — Mas agora eu to mais querendo conhecer outra pessoa.
Ela fica sem jeito, “acho que..ai meu, sei lá, vai que não aparece nada melhor” e sorri olhando pra ele.
Ele puxa ela e dá um beijo. Ela fecha os olhos e o abraça com os braços. Gabriela abre os olhos e sorri pra ele, Mauro dá a mão para ela e os dois vão em direção a parede mais escura do recinto.

Introdução

Contos da Futilidade

O carro passa em frente a fila. Ela esta quilométrica. Teremos que esperar por no mínimo meia hora no vento gelado. Surge a dúvida, morrer de frio ou pagar a chapelaria? Bem, meia hora não é tanto tempo assim...

A balada está muito cheia, não tanto quanto ontem, mas quase não posso me mover para pegar a bebida no balcão. Após cotovelar um rapaz de cabelos grisalhos, que esqueceu que não esta nos anos 80, e ser queimada pelo cigarro da loira mais cobiçada do metro quadrado. Eis que finalmente consigo me acomodar de costas para o barman, que insiste em falar na minha orelha? Não querido, não vou de nada agora!

Palavras antes de Começar

Olá, para aqueles que lêem...boa sorte!
Esse blog conterá em principal capítulos ou continhos sobre a futilidade noturna que deve se tornar um livro ou um longa futuramente, ou não...
Fora isso ainda sobra espaço pra colocar devaneios a parte!!!
Sejam bem vindos!!!

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