1.06.2004

23

João não assistiu a nenhuma aula. Ficou durante horas sentado de frente a quadra de basquete, pensando na vida. Ninguém perguntou por ele, ele também não lembrou de ninguém. No seu pensamento uma única pessoa...Bruninha. “Bruninha é que era mulher de verdade...”
Pensando na noite passada essa afirmação ficava mais forte no seu pensamento... FLASHBACK:
— Ta entregue em casa! — ele desce do carro e entrega a chave pra Taninha enquanto ela sai pelo outro lado do carro.
— Por que você não sobe comigo também? — ela fala se segurando nele para não cair.
— Você ta precisando de ajuda pra subir? — ele a coloca de pé.
— Não, na verdade eu to precisando de outro tipo de ajuda — ela sorri pra ela de olhos semi abertos.
— Não, acho melhor não. Você nem me conhece direito, só porque ta sozinha em casa...
— Sozinha em casa???! — ela cai na gargalhada — Meus pais estão ai, não tem do que se envergonhar! Vamos lá!
— Ah, então boa noite — ele se vira inconformado. Não espera que ela entre no prédio e anda em direção ao ponto de ônibus.

“É...a Bruninha jamais se colocaria numa situação dessas.”
João observa as pessoas que passam, batendo bola, correndo juntas e descobre num insight... “Meu destino é conquistar a Bruninha!”
João se levanta num momento único de inspiração, sente o vento bater atrás de sua nuca, como se Deus abrisse o céu e mostrasse a verdade do sentido de sua vida, e ele sorri e quase chora.
Um menino que lê no banco ao lado olha estranhando “Putz, a galera não tem mais hora pra tomar essas coisas, fala sério!”.
João começa a andar, perdido nos pensamentos. Lembra-se daquela Bruninha que há tantos anos já não freqüentava mais a sua casa. Sua irmã deveria ter algum telefone, endereço, email, ou notícia de onde ela poderia estar.
Como ela estaria? Linda como sempre, sem dúvidas. Será que teria um namorado? Não, não, era o destino, o destino não mente. Ela estaria lá, solitária, esperando por ele.
Se tivesse sido mais corajoso quando mais novo, a se tivesse sido corajoso...Ela com certeza teria se interessado mais e eles não teriam que passar por essas dificuldades que o destino impunha a eles. Mas a emoção, a dificuldade em se encontrar o verdadeiro amor, ah, isso era emocionante e daria ainda mais vivacidade ao amor deles.
Sentou-se novamente, pegou um bloco de papéis e sabia que naquele momento ele tinha que escrever um poema, pois sua vida, sua simples vida havia mudado...

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