1.28.2004

29

Agora só falta o brinco, to pronta!
Entro na sala, Mari e Mauro me olham assustados, algo aconteceu, posso sentir no ar. Mari parece incomodada e ansiosa. Mauro parece sem jeito.
— O que aconteceu? — Mari me olha sem olhar para Mauro
— Nada, só precisamos ir logo, vamos? — ela parece apressada.
— Vocês estão esquisitos...
— Não estamos, não. Vamos? — Mauro abre a porta e saímos apressados.
No carro um clima estranho, só o silêncio.
Chegamos a casa do Rafa e nenhuma palavra.
Enquanto encostamos o carro, Rafael já nos chama da varanda. Parece animado, podemos escutar música de seu apartamento. Alguns vizinhos nos olham mal humorados.
Rafael abre a porta do apartamento e sorri ao ver Mariana. Ela fica sem jeito e entra no apartamento de cabeça baixa. Mauro entra logo atrás, mal cumprimentando Rafael. Eu, olho para Rafael e não entendo mais nada.
— Entra ai, gente! Já ta um pessoal aqui.
Algumas pessoas desconhecidas no apartamento.
— Esse aqui é o Tonho, amigão meu da facul, esse o Edu, ele é amigo de infância do meu irmão e essa é a Claudinha, irmã do Tonho. O João já ta aqui também. Vou chamar o Gabriel lá no quarto.
Eduardo me olha de lado. Não gosto de seu jeito. Já o Tonho é uma gracinha, mas não me dá a menor bola. A Mari fica o tempo todo mudando de lugar e o Mauro fica atrás dela feito cachorro pidão, ainda não entendo qual é a situação deles.
Gabriel entra mal humorado na sala. Cumprimenta Edu calorosamente e vai até a cozinha, traz uma garrafa de tequila e um copo.
— Hoje vamos encher a cara! — ele coloca a garrafa com força na mesa.
— Opa! — sorrio sentando ao lado de Tonho na mesa, Edu senta do meu outro lado.
A campainha toca e entram Tati e Beto, novamente grudados. Taninha também vem, logo atrás dela uma garota, loira de olhos verdes, magra esquelética, entra com uma postura de modelo. Gabriel quase cai da cadeira. “É uma visão do paraíso”.
— Gente essa aqui é a minha prima Carol, dêem um oi pra ela! — os rapazes se levantam e vão cumprimentá-la. Ela sorri, simpática, como se fosse tudo normal.
João fica incomodado com a presença de Taninha. Mal consegue olhá-la nos olhos. Ela percebe.
— Sentem aqui pra beber tequila com a gente! — Gabriel puxa uma cadeira pra Carol se sentar a seu lado.
— Não vou beber não — Beto puxa Tati para o sofá e os dois ficam se amassando ali mesmo.
João fica emburrado numa cadeira. Tânia se aproxima dele e se senta a seu lado, sem que ele a olhe.
— Oi, João — ela fala tímida — Queria me desculpar por ontem.
— Humm — ele mal a olha.
— Eu sei que fui um pouco grosseira e sabe...é complicado. As vezes bebo demais e faço besteira.
— Tudo bem, cada um sabe como se divertir — João a olha mal humorado.
— Eu acho você um cara bacana e queria me desculpar por ter me por me portar daquele jeito. Queria que soubesse que eu achei legal o que rolou e que eu gosto de você.
— Bom saber — João se levanta e deixa Tânia sozinha. Ela fica triste e envergonhada.
Seus olhos se enchem de lágrimas, ela se segura, as lágrimas cessam. Ela se sente observada, Tonho a olha. Ela desvia o olhar sem jeito.
— Quando é minha vez? — ela se levanta em direção a mesa de tequila. Se refazendo.

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