2.20.2004

34

O Dj convidado do J. começa o set de música, as pessoas se amontoam na frente dele. Ele coloca o fone torto no ouvido e começa a fazer caras e bocas conforme muda as batidas da música. O pessoal curte e aplaude.
— Oi — um rapaz de olhos verdes para do meu lado. Tenho a impressão de já conhecê-lo.
— Oi — respondo sem ser muito simpática.
— Você vem sempre aqui? — olho pra ele sem responder — Muito ruim? — ele me olha sem jeito — faço um afirmativo com a cabeça — Ok, não estou muito criativo hoje...Mas ao menos eu tentei — ele sorri.
— Vou até o bar, da licença — sorrio sem muita vontade.
Tony me olha do bar, sorrindo. Eu vou em direção ao bar e peço uma cerveja. Ele busca e vai dizer algo no meu ouvido, mas outros dois clientes chamam por ele.
Olho o movimento do bar.
Taninha esta até comportada hoje. Claro que o copo de bebida esta como sempre nas suas mãos. O Tonho continua olhando-a, sentado, próximo ao bar. O que ele está esperando pra falar com ela?
A música começa a ficar mais animada. Tânia gosta do ritmo e começa a dançar. Tonho a come com os olhos. Ela percebe e sorri sem jeito.
Ele levanta e chega mais próximo dela. Ela percebe, mas não para de dançar.
— Oi — ele se coloca na frente dela.
— Oi...— ela responde sem jeito.
Ele continua parado olhando-a. Ela tenta dançar um pouco, mas fica sem saber o que fazer olhando para ele postado na sua frente.
Ele chega mais perto dela, quase colado. Ela o olha e sorri sem jeito. Ele vai chegando o rosto próximo ao dela e a beija, ela deixa-se beijar. No canto da boate João observa tudo com uma cara horrível.
Eu fico observando a cena abismada. Não sei se sinto inveja ou se acho um absurdo. Tony não me dá muito tempo de pensar. Sinto ele passar as mãos nos meus cabelos.
— Você ainda ta bravinha comigo? — ele cochicha no meu ouvido.
— Não seja ridículo — olho-o mal humorada.
— Você sabe que eu gosto de você, não faz essa cara — ele suspira no meu ouvido, sinto um arrepio no corpo todo. Mas me seguro.
— Eu acho que você gosta de qualquer coisa que use saia — olho com pouco caso. Na pista Tonho e Tânia se amassam e a galera dança empolgada em volta deles.
— Não faz assim. To doido atrás de você a noite inteira, me perdoa, se te deixei brava — ele fala mole na minha orelha, eu sei que ele mente, mas quero acreditar.
— Ta bom Tony, sem estresse...— respondo deixando um sorriso discreto sair.
— Acho que a gente podia resolver nosso caso ali no banheiro, garanto que vou te fazer mudar de idéia — ele fala no meu ouvido.
— Tony, você só pode estar brincando — dou risada.
— Não, to falando muito sério. Você não vai se arrepender eu garanto.
— Hahahah. — você esta hilário hoje, rio pra ele.
— Eu vou no banheiro e quero que você me siga, eu to falando sério, vamos conversar melhor lá — ele toca meu braço e sai.
Eu fico olhando ele ir em diração ao banheiro, deixo que ele entre e pisque pra mim. Ando em direção a pista e paro ao lado do J., que dança freneticamente emocionado pelo colega de trabalho.
Ele olha todo suado para mim e sorri. Eu sorrio de volta e começo a dançar junto com ele.

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