5.08.2004

38

Rafael esta cansado, procurou em todos os locais da boate e nada. Ele se encosta no bar desolado. Ao longe pode ver sua loira conversando com outro rapaz animadamente. Tem a leve impressão de que seus dias com ela terminaram.
Mas ele não esta preocupado com a loira, ela é sua menor preocupação nesse momento.
Ele da uma última olhada na pista, só vê o trio beijoqueiro e se volta para o barman.
— Você viu se por acaso uma menina morena de cabelos longos até um pouco...
— Amigo! — o barman interrompe Rafael, colocando a mão no seu ombro — Olha ao seu redor! Quantas minas morenas você acha que existem nesse lugar!? — ele olha sarcástico para Rafa.
— Ok, obrigado — Rafael responde mal humorado.
— Ei, moço, psiu — um segurança na porta chama por Rafael.
Ele vai até o negro de mais de dois metros de altura.
— Teve uma moça, morena que saiu chorando, acho que ainda esta lá fora sentada esperando alguém — o segurança abre a porta para Rafael.
Rafa sai da boate e vê Mari sentada na calçada, pernas entre os braços cruzados, olhando o não movimento na rua. Ela parece perdida nos pensamentos. Esta visivelmente triste, mas ainda assim, muito bonita. Os cabelos voam com o vento sobre seu rosto.
Rafael se aproxima e se senta ao lado dela. Ela se assusta, mas não tem nenhum movimento brusco. Ela o olha com um leve sorriso e depois volta o olhar novamente para a rua.
Ele acaricia o cabelo dela:
— Você esta bem? — ele olha meigo para ela.
— Por que eu não estaria? — Mariana olha-o, séria.
— Sei lá, você não esta...lá dentro com os outros. Esta aqui, sozinha.
— E o que você tem com isso? — ela se vira para a rua e uma lágrima cai de seus olhos.
— Eu estou preocupado com você — ele olha nos olhos dela cheios de água.
Eles se observam, ele se aproxima dela, mas recua:
— Queria ver se você estava bem — ele olha para a rua.
— Você deveria se preocupar com sua namoradinha — Mari fala em tom de sarcasmo e se vira para a rua de novo.
— Do que você ta falando?! — Rafa fica nervoso.
— Nada — Mari bufa impaciente.
— Eu não tenho culpa que o Mauro preferiu brincar de ménage à trois! Não desconte em mim! — Rafael estoura.
— Que?! — Mari o olha sem entender — Também pouco me importa aquele babaca! — Mari começa a tremer de raiva.
— Babaca? Mas você tava beijando ele agora a pouco... — Rafael a olha confuso.
— Eu? Ele me agarrou a força! Aquele cretino! — Mari coloca a cabeça entre as pernas e começa a soluçar.
— Calma...eu...não...eu não tinha idéia — Rafa se sente um asno. Ele acaricia a cabeça de Mari e sente vontade de esganar Mauro.
Ela o olha com os olhos vermelhos. Ele olha pra ela, frágil, com o rosto todo molhado de lagrimas e...
Um táxi para em frente a eles.
— É meu! Eu chamei...o Táxi...eu preciso ir — ela se levanta desconcertada.
Corre pro Táxi, se senta e olha para Rafael. O Táxi começa a andar, Rafael esta ainda sentado na calçada, ela abaixa o vidro da janela e grita:
— Obrigada!

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?