7.04.2006

55

Beto entra no carro ainda fazendo careta de dor. Seu pé dói, seu corpo esta cansado, mas ele não consegue pensar em outra coisa que não seja ir comprovar se Tati vai na balada conhecer outra pessoa.
Só de pensar nela nos braços de outro homem, Beto sente o sangue correr pelo corpo todo, as veias incharem e o rosto avermelhar-se. Ter outro no seu lugar, o deixa louco de ciúmes.
Beto não está certo do que pretende. Ele não sabe nem se realmente quer estar separado de Tati ou se quer estar livre do namoro. Ele esta confuso, seu corpo pede por descanso, mas sua mente não para nunca de atormentá-lo. Um súbito medo da perda lhe tira o sono.
Ele respira fundo e engata a ré, o carro desliza rapidamente e ele sai da garagem.

João esta furioso. Ele anda, anda, anda incansavelmente, o ódio o move. Ele mal sente as pernas, e os pés no chão, só o raspar das calças jeans no encontro das pernas.
João esta humilhado, magoado, nervoso, ofegante, mas tudo se resume num único sentimento, o de raiva. A raiva alimenta sua energia. Ele caminha freneticamente pela calçada.
Ao longe ele lê o nome da rua e sabe aonde esta. Aquela rua, que tantas vezes desceu dos carros dos amigos. Ele andou até a balada e agora vai conseguir o que quer.

Mal entro na pista de dança e já vejo Tony vindo em minha direção. Um frio na barriga que se parece mais com uma dor de estômago me ataca. Poderia curvar-me de dor se não estivesse tão ocupada pelo pensamento de ?oque fazer agora??.
Um flash back de toda a situação de ontem vem na minha cabeça: Beijos, cervejas, carros, apartamento, hummm, melhor não pensar nisso!
- Oi, linda ? Tony galante me pega pela cintura, sinto meu corpo recuar sem que eu possa controlar meus movimentos ? O que você me diz, saudades já? ? ele sorri pra mim e me beija. Sou um pouco fria, não sei se tenho coragem de abraçá-lo.
J. que esta do nosso lado sai em outra direção. Eu percebo que estou com os olhos abertos, tentando ficar completamente fora do que acontece comigo mesma.
- Ta tudo bem? ? Tony me pergunta ? Você esta estranha.
- Eu estou de tpm ? respondo sem dar importância a preocupação dele ? Vou ao banheiro ? saio andando em direção ao banheiro, sem nem ao menos olhar pra Tony. Talvez eu não consiga encará-lo direito. Vou para frente do espelho, mal dou importância as outras meninas, que se acotovelam ao meu lado, buscando um espaço para retocarem a maquiagem.
Deixo que a água caia da torneira por algum tempo, perdida em meus pensamentos. Você tem que ser mais forte que isso! Jogo água na nuca e nos pulsos. Eu sou mais forte que isso.

João entra na casa noturna e já vê de cara Taninha se pegando com o Tonho no balcão do bar. Ele olha furioso a tudo aquilo.
Rafael e Mari entram logo atrás dele. Rafa puxa João pelo braço e o abraça, cumprimentando. João controla o mau humor e retribui o afeto, mas não tira os olhos de Tânia, que percebe a presença dele.
João abandona o casal e vai até o bar, se posta do lado de Taninha e Tonho. Ele tem o olhar fixo na direção deles. Ele pede uma vodka, que vira goela a baixo na mesma hora, e se vira na direção do casal. Tânia acha que ele vai atacá-los, ela só aguarda a reação dele, ele não muda a direção do olhar.
João da um passo e passa por entre os dois, Tânia só fica na posição de defesa, ainda não sabendo bem como reagir. Ele cutuca a menina atrás de Tonho e Tânia. Uma menina de olhos claros olha João e sorri para ele.
Ele trava uma conversa todo sorridente com a menina dos olhos claros. Taninha e Tonho apenas observam desconfiados e confusos. Em cinco minutos já estão se beijando. Tânia, Tonho, Rafa, Mari e eu, estamos todos pasmos.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?